Como uma paralisação do governo pode afetar os preços e as avaliações dos produtos de energia

Como é que o encerramento do governo dos EUA afectará os mercados de produtos energéticos e as avaliações das empresas de energia? Os factores de risco com maior impacto incluem: (i) quais as agências que sofrerão licenças significativas e quais as que serão consideradas essenciais, (ii) a forma como o encerramento terá um impacto material na confiança dos consumidores e (iii) acções administrativas separadas com impacto nas energias renováveis que podem amplificar o impacto do encerramento. Não obstante o acima exposto, o fator de risco com maior impacto é o período durante o qual o shutdown terá lugar.
Encerramento a curto prazo
Um encerramento de 30 dias (a curto prazo) terá provavelmente um impacto mínimo nos preços dos produtos de base, sendo a maior parte do impacto atribuível à falta de dados governamentais fiáveis, uma vez que os dados semanais federais sobre energia e economia serão atrasados ou menos fiáveis devido, pelo menos em parte, à licença de alguns funcionários de agências federais não essenciais. A falta de dados fiáveis poderá, no entanto, conduzir a uma maior volatilidade dos preços. As pressões significativas no sentido da baixa sobre os preços do petróleo e do gás deverão ser mínimas, uma vez que a perfuração, a produção e as exportações actuais deverão continuar em grande medida, porque as empresas operam ao abrigo dos contratos de arrendamento e das autorizações existentes, e espera-se que a supervisão regulamentar essencial continue. No que diz respeito às avaliações, o impacto de um encerramento a curto prazo é considerado relativamente modesto para a maioria das empresas, sendo os promotores de energias renováveis e as empresas sensíveis ao financiamento de projectos as mais expostas.
Encerramento a longo prazo
Um encerramento de 90 dias (prolongado) terá um impacto mais significativo nos preços dos produtos de base. No que respeita ao preço do petróleo, há dois factores que se compensam: (i) haverá uma contenção do lado da oferta e uma pressão no sentido da subida dos preços se as autorizações federais ou a locação offshore sofrerem atrasos; e (ii) haverá uma pressão no sentido da descida dos preços se se verificar uma diminuição macroeconómica da procura devido a um PIB mais baixo. Além disso, o atraso na aprovação do GNL e no processamento pela FERC pode abrandar o crescimento das exportações, criando uma pressão no sentido da subida dos preços do gás. Além disso, o prolongamento dos prazos de licenciamento e a incerteza dos créditos fiscais podem aumentar os custos de financiamento a curto prazo no subsector das energias renováveis. No que diz respeito às avaliações, tal como acontece com um encerramento a curto prazo, o subsector mais exposto a perdas de avaliação é o dos promotores de projectos de energias renováveis e dos projectos dependentes de créditos fiscais.
O que é que as empresas devem fazer nesta fase? Recomendamos que: (i) rever os testes de stress dos acordos e da liquidez, assumindo atrasos de 30 e 90 dias para os fluxos de caixa do projeto; (ii) evitar uma alavancagem excessiva da exposição futura dependente do calendário das aprovações federais; e (iii) dar prioridade aos contratos que fixam as obrigações do comprador/vendedor, independentemente do calendário das autorizações (por exemplo, cláusulas de força maior, direitos de rescisão, direitos de prorrogação).